domingo, 21 de setembro de 2014

Lembranças de um certo Dia da Árvore

Antes de mãinha ser diretora do Paes Barreto, onde se aposentou, ela foi responsável por outras escolas de porte menor. Lembro de um fato que ficou registrado na minha mente porque foi no ano que eu estudei na escola pública que funcionava na União dos Artífices Petrolinenses, fato este, ocorrido quando minha mãe era a diretora da escola.

Horrível aquele ano! Não porque estudei em escola pública. Já havia estudado antes e em condições piores porque: 1) eu era menor; 2) o turno era vespertino e 3) a escola ficava em Abreu e Lima. Tinha que almoçar bem cedo para pegar mais de um ônibus a partir do ponto que havia (ou há) no Parque 13 de Maio. Mais agravantes: Na sala não tinha carteiras individuais e isto significa que eu sentava junto de uns guris que exalavam um cheiro assim, do tipo que denuncia ausência de banho. E o pior, eu não podia correr daquele fedor porque Dona Valdete me achava sabidinha e me botava para auxiliar a lição daqueles colegas.

Apesar de toda essas “derrotas”, mil vezes pior foi ser aluna em escola pública que a mãe é diretora. Os colegas me olhavam atravessado, me escanteavam e desde então eu sei o que é ser vítima de inveja. Você não precisa fazer nada!

Naquele ano, mãinha esqueceu, por algum motivo de gente adulta, de providenciar a muda de árvore que seria plantada lá, nos Artífices, em homenagem ao dia da árvore.

Nós duas já estávamos de saída, eu com aquela fardinha horrorosa e ela toda arrumada, pisada firme, sorriso no rosto, como era seu costume. Foi quando ela lembrou que faltava algo. Voltou da porta correndo, quebrou um galho novo de goiabeira, enfiou num saco com terra e lá vamos nós.

Na hora da homenagem, eu na fila com meus colegas e ela, comandando. Fez a preleção sobre o dia da árvore e etc. e quando passou a plantar aquela falsa mudinha de goiabeira, eu fiquei "toda errada" porque vi uns meninos maiores e mais sabidos com gaiatice, mangando do gesto de minha mãe.

Bem, concluindo, e como eu disse, esse fato ficou registrado na minha mente, embora por muito tempo sem a devida análise. Apenas uma lembrança horrível: Dos meninos zombando de minha mãe. Mas depois de algum tempo, com a maturidade chegando foi que pude ver o lado bom da situação e admirar como a minha mãe era “desenrolada”.

terça-feira, 22 de julho de 2014

MARIA DE FÁTIMA, SOU EU!!!

Tô ficando preocupada: minha amiga Marclene Modesto, que só me chama de “Fafita” e meu marido, que me chama de “Fá” estão me chamando de Fátima DESDE ONTEM!!!!. Não é que eu não goste de meu nome, na verdade, acho lindo e adoro ser MARIA DE FÁTIMA, mas, demorei muuuuuito para chegar a esse nível de aceitação. Também, pudera! Quando eu tinha 5 anos as minhas primeiras amigas se chamavam Ana Cristina, Ângela Maria e Cláudia. (ó paí ó). Aí eu pensava, pensava, pensava e não achava nada que justificasse minha mãe, com tanto nome bonito no mundo, ter escolhido batizar a única filha dela de MARIA DE FÁTIMA. 

E o problema se agravou quando eu já estava mais crescidinha: em todas as turmas de colégio que frequentei o nome mais repetido nas chamadas era MARIA DE FÁTIMA. Eita hora triste que era a hora da chamada! E só vim entender o por quê de tantas Fátimas, depois de adolescente porque consegui assimilar a explicação deste fenômeno: É que a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima esteve aqui em Petrolina e aí já viu, né? Uma leva de meninas recebeu esse nome. Mas a gente vai vivendo e vendo que tem sempre alguém com problema pior do que o nosso. Ver os nomes exóticos listados em livro de Aglae Lima de Oliveira foi um divisor de águas para mim. Agradeci a Deus, de joelhos, a bênção de ser MARIA DE FÁTIMA!! 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O Fogão

Suely ainda trabalhava aqui em casa e vivia reclamando do fogão. Também pudera! Fogão de seis bocas com quatro funcionando precariamente, o acendedor queimado, indicadores de temperatura quase ilegíveis e, o de menos, lâmpada do forno queimada. Naquela época, com quase 26 anos de casada, eu ainda estava no segundo fogão.

“D. Fátima, a Insinuante tá com uma promoção e tem fogão de seis bocas por R$ 450,00”. Ouvi aquilo e fiz ouvido de mercador. Quem quer fogão de promoção? Eu quero é um cooktop que eu já deixei na minha lista de desejos do Submarino.

Decorridos mais ou menos uns seis meses de reclamações, esperando que o patrão comprasse um novo, eis que chega o grande dia. “Suely você não vai mais reclamar do fogão. Amanhã mesmo vem um técnico aqui pegar o fogão pra fazer o orçamento do conserto. Suely arregalou os olhos e eu ouvi e pasmei! Vai mandar consertar ao invés de comprar um novo??? “Dos tempos” que eu já vinha namorando uns cooktops na internet... Paciência...
Recordei o dia que ele chegou, tão lindo no seu esmalte branquinho que dava até pena de usar e, passados 15 anos, já não aguentava mais nem olhar pra ele. Doida por um cooktop.

Voltei à realidade e o consertador de fogões chegou todo boçal. Detestei aquele homem. Em vez de dizer que não valia a pena consertar o fogão, o que fez foi estimular o pensamento equivocado do outro.

Passados uns dois dias chega a notícia: “O rapaz disse que fica em R$ 400,00 o conserto do fogão mas vai pintar todinho, mudar isso, mudar aquilo” Eu e Suely disparamos a rir continuamente por aproximadamente uns vinte minutos e só parei porque tive medo de enfartar em meio à crise de riso (eventualmente ainda tenho crises de riso ao lembrar deste episódio, tive uma neste instante)

Bem, finalmente o velho fogão voltou ao seu “eterno” lar, com as seis bocas funcionando, todo pintadinho de esmalte branco, tão bem pintado que até aqueles números quase ilegíveis mas que ainda orientavam sobre a temperatura do forno sumiram, agora o termostato é “no rumo”. Ei, o acendedor não está funcionando. “Mandei tirar o acendedor e outras bobagens. Ficou só por R$ 250,00.” É isso! Não deixo de ouvir a voz de minha mãe: “amarre o burro na orelha do dono”.

terça-feira, 30 de julho de 2013

A BAGAGEM

Já paguei micos (até gorilas), já me coloquei em sufocos, saias justas, etc. mas NUNCA havia passado por isto: 

Fui com marido visitar sogra em Recife, final de semana passado, e na nossa bagagem para três dias, ia uma caixa de isopor com surubim (peixe de rio, muito encontrado no Rio São Francisco). Ressalto que é muito raro o meu marido ter disposição para viajar levando peixe em isopor. Já eu, normalmente, mesmo para três dias, levo mala maiorzinha quase seca, prevenindo espaço pra meus descontroles. Desta vez levei apenas uma sacola samsonite tão pequena que só coube as roupas para três dias e as necessaires e sandálias foram na bagagem dele (achei legal: ele ofereceu, eu aceitei), isto porque eu não estava a fim de comprar nada mesmo, e também sabia que não iria sair "pra canto nenhum" mesmo.

Chegamos bem, sem contratempos e passamos o sábado em casa. Apenas estive rapidamente no shopping Recife (minha  intenção era ir à missa da Capela do Menino Jesus) e nesta ida ao shopping, comprei só umas coisinhas, tipo sandálias e sapatos,  agasalhos pra fazer caminhadas no Parque Josefa Coelho, umas roupinhas pra academia...

Como não fui à missa no sábado, domingo inventei de ir à missa da Igreja de Nossa Senhora de Boa Viagem (onde tem a feirinha), mas a de 16h já estava terminando e na de 18h, a Igreja ficou muito lotada e terminei ficando só na feirinha mesmo. Aí, não me restou alternativa: tive que aproveitar o tempo pra comprar só umas coisinhas.

Na segunda-feira, pela manhã, precisei ir em loja de tecidos e aviamentos comprar uma encomenda de minha costureira. Como adoro tecidos, fiz uma feirinha. A atendente me perguntou se eu era do ramo de roupas e achei estranha aquela pergunta. Pensei: Essa moça só pode ser "sem noção"! 

Almocei com Neusa Araujo e fui ao shopping Recife, desta feita apenas pela necessidade extrema de comprar a torta que meus filhos adoram, e sempre trago pra eles, da Donna Brigadeiro. Bem, mas já que estava lá, aproveitei pra ir na Saraiva, em lojas de perfumes importados, essas coisinhas... Cheguei em casa quase 17h e quando juntei tudo pra arrumar, não tinha como. Lembrei que tenho um amigo que é mágico, o Mágico Hione: Por que não fiz curso de mágica com ele? Pensar nisso naquele momento não era a solução. Foi quando, lembrei da CAIXA DE ISOPOR!!! Beleza! Pedi permissão a meu marido para acomodar os calçados. Ele disse: arrume e quando perguntarem no check in qual o conteúdo, vou dizer que é camarão. Sogra e cunhados juntos, todos riram.

Voltando pra Petrolina, o vôo estava atrasado. É normal. Anormal é chover em Petrolina e estava chovendo tanto que o piloto não tinha visibilidade para pousar. Foi anunciado que seria feita mais uma tentativa de pouso e, caso não fosse possível, voltaríamos pra Recife. Isso deixou os passageiros em clima de tormento interior, mas sem pânico aparente. Depois de quase meia hora, conseguimos pisar em solo petrolinense, molhado pela chuva que ainda caía. Meu marido ficou esperando a bagagem e eu fui ao encontro dos filhos. O relógio marcava 2h quando fomos dormir.

Agora pela manhã fui desarrumar a bagagem. Rasguei o lacre na caixa de isopor e, para meu desespero, o conteúdo não era o que eu acomodei e sim CAMARÃO. O sangue congelou ou ferveu, de súbito. Pensei alto que ligaria pra pedir explicações ao meu marido. Ele tinha que me dar conta dos calçados (lembra que ele já havia dito que responderia no check in que o conteúdo da caixa era camarão? Como ele teve coragem de fazer aquilo comigo?) Minha filha me acalmou perguntando se eu havia observado o nome do passageiro, no impresso da companhia de aviação colado na caixa. Realmente, as caixas haviam sido trocadas, mas, já foram destrocadas e tudo terminou bem na minha primeira (e que espero seja a última!!!) experiência com bagagem trocada.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013



              De manhãzinha do dia 31 quando abri a porta pra Suely, estava estampado em seus olhos o desespero por causa de uma mesa de madeira jogada fora pela vizinha de frente e já havia um carroceiro revirando outros tesouros! “D. Fátima a mesa está “boínha”, dá pra meu marido trabalhar e aquele carroceiro vai pegar”. O carroceiro foi embora. Ela disse: “Ele vai voltar pra pegar a mesa”.

                Entramos e, num piscar de olhos, a mesa já estava no meu quintal. “D. Fátima, eu peguei a mesa e João vem buscar mais tarde na carroça de um amigo dele”. Enquanto isso, a danada achou pouco e ainda pegou um balde pra catar os seixos, também jogados fora pela mesma vizinha.  Deixou tudo arrumadinho, encostado na parede do portão. Tudo bem, minha casa está desorganizada mesmo, não seria aquele entulho que a deixaria mais feia do que já está.  

                Deu a hora de Suely ir embora e João não veio com a carroça. Dia 1º, feriado, Suely não veio.  Ontem, na hora do almoço, João chegou em um carro fretado para pegar a mesa e as pedras.  Só vi o movimento de longe, ele e o dono do carro entraram, olharam a mesa. Pensei: ainda bem! Tiraram a mesa, as pedras ficaram. Lá vem Suely: ”D. Fátima, João jogou a mesa no terreno baldio. Não prestava não.” E as pedras? “Ele se danou e não quis levar.” João preferiu pagar o frete sem levar nada a pagar o frete de um carro só para levar um balde de seixos...

               

domingo, 30 de dezembro de 2012

BLOG ABERTO PRA BALANÇO


            Hoje, 30 de dezembro de 2012, na paz em que me encontro e correndo o risco de morrer a qualquer momento (como qualquer mortal), dou-me ao estafante trabalho de fazer o balanço dos acontecimentos que me marcaram, neste ano que finda.

            Iniciando, o pior acontecimento deste ano (de 1º/01 até hoje) foi que perdi Robin Gibb! Ainda dói muito! Alguns podem pensar que eu sou lesa (ou qualquer pejorativo que o valha) porque Robin Gibb não era nada meu. Porém, antes que pensem, esclareço que eu tenho discernimento suficiente para escolher por quem vale a pena chorar e com quem vale a pena rir.

            Desperdicei tempo; li pouco; quase não ouvi as musicas que amo; vi poucos filmes; só cheguei perto de meu piano para mudá-lo de lugar; inventei de comprar (pela terceira vez) um teclado para pegar aulas (desta feita com Alexandre Fonseca) e só fui um mês; sofri 10 (dez) dias sem empregada doméstica e reconheço que este fato não merecia a relevância que dei, pois já vivenciei essa experiência durante 20 (vinte) dias em período pós-parto; comprei por compulsão (principalmente sapatos, bolsas e perfumes); não cumpri minha promessa (renovada todos os anos) de ler todos os 77 (setenta e sete) livros da Bíblia; não atualizei meu estudo R+C.

            Dos acontecimentos que eu não tive ingerência, cito duas contrariedades: a greve da UNIVASF e a não eleição do meu candidato a prefeito.

            A parte boa: minha família vai bem, minha saúde está boa; vibrei com as vitórias de meus filhos; consegui a façanha de reduzir um pouco de meu peso, em 22 dias, para caber num vestido que encasquetei para comprar (mas ganhei de presente de minha filha e aí, a responsabilidade de emagrecer aumentou, pelo voto de confiança que ela me deu); TIVE A ALEGRIA IMENSURÁVEL de adquirir o Pianista de Mafuá!

            Não consegui me integrar ao conceito que os outros têm de “sociável”, O QUE NÃO É NOVIDADE, mas tive momentos bacanas, dentre os quais, ressalto: visitei, como de praxe, minha querida tia Neusa e minha sogra (ambas, várias vezes); assisti Karina Buhr (em janeiro) no teatro da UFPE com filhos e Eline; recebi visita de Sharlene (filha de minha AMIGA Fátima Moura); viajei (em grupo) para o Solo Sagrado de Guarapiranga/SP; ri das minhas desventuras e presepadas com minha amiguinha e colega de profissão Marclene.

            Na web, me restringi mais ao FB (igual ao resto do mundo) e fiz um monte de amivizinhos maravilhosos no GOT (joguinho que eu reputava besta e DETESTAVA), tendo sido muito bem acolhida em 3 grupos (Luluzinhas e Bolinhas do Gardens, Gardens of Time e Camélia); mantive contato com minha querida família matogrossense; curti, comentei e compartilhei o que achei interessante (sem a hipocrisia de querer ser simpática); sumi e apareci várias vezes!

            No geral, este balanço me apontou um saldo com muitas falhas (a maioria por comodismo), mas, nada alarmante, nada que minha força interior não possa reverter. Com os olhos de uma telespectadora, vejo que poderia ter feito de meu 2012, um ano bem melhor se eu tivesse, no mínimo, sido proativa e perseverante. 

               Espero daqui a um ano constatar um saldo positivo das minhas ações. Que venha 2013! 
                              

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

QUESTÃO DE COERÊNCIA



Você acredita que eu abdiquei de ter um diário em prol da coerência? Pois é. Desde o tempo em que lia Pato Donald e era fascinada pelo diário da Margarida, eu queria ter meu diário. E pra ter um diário, eu teria que registrar tudo. Ou não seria um diário. Seria uma farsa, qualquer coisa, menos diário.

Eu não queria isso. Na minha cabeça, ou eu fazia um diário registrando tudo, ou não teria diário. Mas seria um perigo compilar minhas inocentes revelações proibidas e alguém pegar. Enrubescia só em imaginar a cena. O que alguém poderia pensar se descobrisse que eu estava apaixonada com 12 anos de idade? E o pior! Eu nunca havia visto aquele menino antes e, com aquela idade, eu não estava nem louca de perguntar sobre ele a ninguém.


Foi em uma noite de junho. Percebi o garoto em um ensaio de quadrilha. Não era um ensaio qualquer. Era o ensaio da tradicional quadrilha dos casados. Era famosa essa quadrilha. Muita gente ia assistir, desde os ensaios. Os adultos lá de casa foram. Eu não tinha com quem ficar e me levaram. Ter que sair porque não havia com quem ficar? Fui. A contragosto, mas fui. Se naquele momento já existisse o ECA eu teria buscado meus direitos, tamanha a indignação!


Por outro lado, eu já fazia uso do "
Jogo do Contente" em situações desagradáveis. Ali, naquele meio de adultos dançando no compasso do forró, eu, totalmente fora do ritmo, procurei uma compensação. Achei! E foi bem no meio dos quadrilhantes. Um casal não havia comparecido. Um par adolescente substituía o casal faltoso, para que houvesse ensaio naquela noite. Ele era um rapazinho lindo! O primeiro menino do mundo inteiro que existiu no meu mundo. Parecia um anjo! Naquele momento, a zoada da zabumba se perdeu no som descompassado do meu coração.


Durante dias, meses, padeci uma dor própria de adultos. Não podia compartilhar sequer com minhas colegas. Nenhuma delas sinalizava que o mesmo palpitar estivesse lhe ocorrendo. Tive que me segurar. Não podia mais ter diário. Mas, valeu. Arraigou meu primeiro aprendizado sobre o significado de coerência.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Mary J. Blige : Album : Stronger with Each Tear






"In each tear
there's a lesson,
Makes you wiser than before
Makes you stronger than you know
In each tear
Bring you closer to your dreams
No mistake, no heartbreak
Can take away what your meant to be"

sexta-feira, 19 de março de 2010

NASCE UMA ESTRELA... CADENTE!!!

Foi ontem. Eu estava saindo do Fórum e, de repente, desviei-me de minha rota para fazer uma solicitação à escrivã do Tribunal do Júri. E sem explicação plausível, vi-me estatalada no chão. Só eu mesma para levar um tombo como aquele, com platéia! Sim, porque cair não é muito usual, mas acontece. Mas EU fui "achar de cair" justo na sala do tribunal do júri, e na hora em que o advogado de defesa estava com a palavra. Diga-se, de passagem, que eu já havia chamado atenção dos presentes para mim, porque entrei no auditório pela porta de trás, que dá acesso à sala dos jurados. Levantei-me tão rápido quanto cai que nem deu tempo de sentir o sangue esquentar. Pra ver se disfarçava? Pra me enganar que ninguem havia percebido? Não adiantou. O nobilíssimo advogado, com máxima sagacidade, fez de minha queda um gancho pra sua defesa. Primeiro, portou-se como um "gentleman sertanejo" e fez questão de pedir um tempo para ver se "a colega" (in casu, eu) estava passando bem. Mas eu já estava em pé!!! Aí veio a citação bíblica: "Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará;" ... Pensei: menos mal, ainda terei mais 6 vezes para cair e levantar... Bem, fiz de conta que nada daquilo tinha acontecido de verdade, voltei-me para a escrivã e descobri que o pedido, objeto de minha entrada naquele auditório, já havia sido resolvido, ou seja, eu só entrei naquele recinto para cair. Sai pela porta da frente, desfilando como se estivesse pisando no tapete vermelho rumo ao OSCAR enquanto sentia os olhares incrédulos da plateia me despindo, como em busca de hematomas... Só espero que o colega tenha conseguido, ao menos, absolver o réu!!

sábado, 24 de outubro de 2009

EU, TORCEDORA DE FUTEBOL!

Até hoje não entendo nada de futebol. Melhor dizendo, comecei a entender um pouquinho agora, indo ao estádio pra ver o Petrolina jogar. Já sei identificar alguns sinais do bandeirinha, como exemplo, quando um jogador vai ser substituído, quando é tiro de meta e quando ele está roubando. Isso é o mais fácil, pois ocorre sempre que ele levanta ou não levanta a bandeira, contrariando a torcida.

Em tempo de copa do mundo, todo mundo sabe tudo o que acontece na partida, menos eu. Só comemoro o gol depois que o narrador grita gooooooooooooooooooooooool. Mas isso porque fiquei traumatizada com um mico que eu me fiz passar, quando era adolescente. Aliás, um mico não, um King Kong: O Brasil estava jogando e fui com minha tia Dadá fazer exame de vista, levando um de meus radinhos de pilha para ouvir o jogo. Na volta do exame, quando estava na altura da Praça Souza Filho, onde tinha uma praça de taxi, me sentindo desconfortável com as pupilas dilatadas, ouvi o narrador gritar Gol e fiquei pulando sozinha no meio da rua, com o "radinho"colado no ouvido, sem entender porque ninguém vibrou naquele momento. Só eu que era torcedora do Brasil? Teria sido o gol de outro time? Não. Fiquei pasma. Aquele grito de gol era apenas a gravação de um gol do primeiro tempo, pois estava no intervalo!!! Meu Deus, what a shame! Passei um tempo me desviando daquele trecho com vergonha dos taxistas...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

SOBRE NOMES

A escolha dos nomes dos filhos na maioria das vezes é o reflexo da admiração dos pais por alguém que se destacou no esporte, na música, no cinema, na política, nas igrejas, enfim, é uma forma de homenagear um ídolo, que pode ser até o melhor amigo dos pais.

Não estou bem certa, mas parece-me que alguns católicos costumam homenagear os santos, batizando os filhos com o nome do santo do dia. Após a passagem da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima por Petrolina, uma leva de meninas recebeu o nome de MARIA DE FÁTIMA, inclusive eu. A safra de Malan aqui foi em homenagem ao 1º Bispo da cidade, D. Antonio Maria Malan, assim como a de Avelar foi em deferência ao também Bispo, D. Avelar Brandão Vilela.

Mas, às vezes não é fácil a escolha do nome dos filhos, entre os casais. Conheci Lu, como Lu. E Lu foi Lu para mim durante muito tempo, até que fui secretária, (hoje escriba) do Pronaos Petrolina AMORC na mesma gestão em que LU assumiu o cargo de monitora e, aí, nossa comunicação passou a ser oficial. Foi quando eu necessitei saber seu nome completo para a remessa dos relatórios. Para LU? Não!!! Para Severina. Surpresa! Mas como? Simples: O pai queria que o nome dela fosse Severina dos Ramos, por causa do santo homônimo. A mãe nutria o desejo de que fosse Luzinete. Resultado: registrada como Severina e conhecida como LU.

Outra amiga me contou que a avó dela teve gêmeos no dia 27 de setembro, dia de Cosme e Damião, santos gêmeos. Nada mais “razoável” que batizar as crianças de Cosma e Damião!!! Cosma morreu bebê e Damião, sem Cosma, aproveitou um sinistro no cartório onde foi registrado e tirou outro registro com outro nome.

sábado, 17 de outubro de 2009

O OUTRO LADO DA MOEDA

Se eu tivesse uma fada madrinha, eu pediria para realizar um desejo que me ocorreu agora: Conhecer, pessoalmente, Luiz Henrique da Fonseca Zaidan e ter o prazer de parabenizá-lo, pela demonstração de sabedoria, sensibilidade e, sobretudo, pela coragem de quebrar um paradigma antigão, fora da realidade desde que o gênero feminino teve chance de se posicionar com brilhantismo no cenário nacional, mostrando sua garra.

Nós mulheres, não somos “burros de carga”! Somos seres humanos e como tal, apesar de toda a nossa força, precisamos de carinho e atenção. Se HOMENS e MULHERES são iguais em direitos e obrigações, nos exatos termos do art. 5º, inciso I, da nossa Constituição Federal, por que, então, nos contentarmos apenas com as obrigações? Sim, porque a maioria das mulheres, além de se esmerar no exercício de sua carreira profissional, desempenha a maternidade com maestria, cumulada com funções de administrar o lar, sem perder de vista os compromissos sociais, os cuidados com a aparência, divide as contas da casa, quando não assume sozinha. Tudo isso com o encargo de, mesmo cansada da lida diária, sempre estar a postos para atender os desejos do marido, para não facilitar a infidelidade da criatura insensível, mesmo que não tenha resposta positiva aos seus anseios.

O que me deixou eufórica com as sábias palavras do notável juiz leigo, ratificadas pelo insigne juiz togado, foi a certeza de que a repercursão da magistral sentença servirá como matéria de reflexão, pelo menos para dar uma reviravolta na hipocrisia embutida na cultura machista.

Já estava na hora de um ser iluminado mostrar o outro lado da moeda e provocar a queda do ultrapassado conceito de MULHER à imagem e semelhança de AMÉLIA!


sábado, 10 de outubro de 2009

DIA DA CRIANÇA


E eis que se aproxima mais um dia de ganhar brinquedos!!! Os abastados escolhem seus presentes e os menos favorecidos são lembrados pelas diversas instituições filantrópicas, beneficentes, clubes de serviços... Acho bacana essa ação. Poderia ser mais bacana ainda, se além dos brinquedos distribuídos no 12 de outubro, houvesse um comprometimento maior em ensinar os pais a educar os filhos nas 24 horas dos outros 364 dias.


A infância se divide em três fases (vi isso quando estudei psicologia da criança, no curso de magistério) A primeira infância vai do nascimento aos três anos e é a fase mais importante, haja vista ser o alicerce de todo o aprendizado humano. É compreensível que seja assim. Tudo nesta vida precisa de um começo sólido para crescer fortalecido: A construção de uma casa não pode ser iniciada pelo telhado. Uma árvore, hoje frondosa, foi uma pequena semente lançada em bom solo.


Ter dinheiro e pagar escola particular, comprar luxo, sem dar exemplo de cidadania não quer dizer nada. O mundo poderia ser bem melhor se houvesse mais ações para conscientizar os adultos da necessidade de bem educar suas crianças. Não estou dizendo que não existe. Estou dizendo que deveria existir mais cuidados, principalmente quando se pratica o inverso do que se ensina.


Na Bíblia Sagrada, encontramos várias passagens alusivas à importância que deve ser dada à criança; dentre elas, cito a de Provérbios 22,6:


“Habitua o menino no caminho a seguir, então não se afastará dele, quando envelhecer.”