terça-feira, 30 de junho de 2009

O CRIME NÃO COMPENSA



A primeira vez que trabalhei em processo criminal foi muito divertida. Eu aceitei defender um inocente (todos são inocentes até que se prove o contrário) da acusação de furto qualificado de um bode. Isso mesmo. O povo daqui gosta muito de bode. Nós temos até um bodódromo, como ponto turistico, onde degustamos bode assado, bode cozido, linguiça de bode... tem até pizza de bode!


Pois é. Mas voltando a minha estréia, como defensora do suposto ladrão de bode, tive pena (mas não deixei de achar engraçado) do tanto de dinheiro que foi gasto para se livrarem da acusação. Eram dois acusados e o meu cliente era primário. A acusação dizia que os dois tinham ido a uma fazenda, por volta das quatro horas da matina e o protagonista, lá teria entrado para furtar o animal.


O meu cliente, coadjuvante, teria ajudado a transportar o bode de moto, (rsrs) até um ponto de transporte coletivo, onde os dois teriam embarcado, com o bode, em viagem para outro municipio. A negociação teria se realizado por R$ 100,00. Alguém no coletivo identificou o caprino pela marca e contou para o dono. O dono foi à delegacia, a ocorrência foi feita. O bode era de raça e foi avaliado em R$ 500,00. Os acusados pagaram fiança MAIS honorários advocatícios. Ao final, as qualificadoras cairam mas, ainda pagaram prestação pecuniária.


Se realmente aconteceu como na denúncia, imagino o prejuízo financeiro e o trabalhão que esses dois tiveram, viajando com o bode de moto, depois no transporte coletivo, negociando na feira... Será por causa disso que dizem que o crime não compensa???

domingo, 28 de junho de 2009

NA ESPERANÇA DE IR PRO CÉU, ELA VIVIA O INFERNO NA TERRA


Não sei se é comum pra vocês, mas tenho uma amiga que, sempre que assiste "filmes marcantes", traz o que viu na telona pra sua realidade. Quando assistiu "Júlia", (filme de 1977 com Vanessa Redgrave e Jane Fonda) ela passou um tempão sonhando em morar em casa de praia para ser escritora, igualzinho a Lillian Hellman... E assim, quando assistiu "Gandhi" ...aquela abstinência sexual em prol da paz, fez minha amiga desejar a purificação de seu espírito, através da libertação dos prazeres da carne. Coitada! Sua intenção era muito elevada, transcendental, mas seu parceiro não estava preparado para elevar-se com ela.

E daí... ja viu, né? Ao invés de purificar o espírito rumo ao céu, ela ganhou foi o inferno na terra. Ainda bem que acordou a tempo de resgatar a libido... e reativar a sexualidade, sugestionavelmente, adormecida. Ainda pensa em vivenciar filmes, mas só que agora ela se fixou no clássico de David
Herbert
Lawrence "O Amante de Lady Chaterley".

sexta-feira, 26 de junho de 2009

RIA DA MINHA VIDA ANTES QUE EU RIA DA SUA


Quando vi esse livro do Daolio, comprei pelo título, aliás, sempre escolho livros pelos títulos, assim sui generis, criativos... Mas, nesse caso, minha intenção era presentear uma pessoa a quem eu precisava dar um tapa de luvas: "Ria da minha vida antes que eu ria da sua" (???)

É. Eu queria que a pessoa entendesse que ela só tinha feito muita besteira até ali. Só que comecei a folhear o livro, lendo uns trechinhos daqui, outros trechinhos dali e, finalmente, a idéia da vingança camuflada foi dissipada.

Achei que era besteira dar um livro tão bom pra quem não tinha nível para apreciá-lo e concordei comigo mesma que, quem estava precisando deixar de fazer besteiras era eu...