domingo, 30 de dezembro de 2012

BLOG ABERTO PRA BALANÇO


            Hoje, 30 de dezembro de 2012, na paz em que me encontro e correndo o risco de morrer a qualquer momento (como qualquer mortal), dou-me ao estafante trabalho de fazer o balanço dos acontecimentos que me marcaram, neste ano que finda.

            Iniciando, o pior acontecimento deste ano (de 1º/01 até hoje) foi que perdi Robin Gibb! Ainda dói muito! Alguns podem pensar que eu sou lesa (ou qualquer pejorativo que o valha) porque Robin Gibb não era nada meu. Porém, antes que pensem, esclareço que eu tenho discernimento suficiente para escolher por quem vale a pena chorar e com quem vale a pena rir.

            Desperdicei tempo; li pouco; quase não ouvi as musicas que amo; vi poucos filmes; só cheguei perto de meu piano para mudá-lo de lugar; inventei de comprar (pela terceira vez) um teclado para pegar aulas (desta feita com Alexandre Fonseca) e só fui um mês; sofri 10 (dez) dias sem empregada doméstica e reconheço que este fato não merecia a relevância que dei, pois já vivenciei essa experiência durante 20 (vinte) dias em período pós-parto; comprei por compulsão (principalmente sapatos, bolsas e perfumes); não cumpri minha promessa (renovada todos os anos) de ler todos os 77 (setenta e sete) livros da Bíblia; não atualizei meu estudo R+C.

            Dos acontecimentos que eu não tive ingerência, cito duas contrariedades: a greve da UNIVASF e a não eleição do meu candidato a prefeito.

            A parte boa: minha família vai bem, minha saúde está boa; vibrei com as vitórias de meus filhos; consegui a façanha de reduzir um pouco de meu peso, em 22 dias, para caber num vestido que encasquetei para comprar (mas ganhei de presente de minha filha e aí, a responsabilidade de emagrecer aumentou, pelo voto de confiança que ela me deu); TIVE A ALEGRIA IMENSURÁVEL de adquirir o Pianista de Mafuá!

            Não consegui me integrar ao conceito que os outros têm de “sociável”, O QUE NÃO É NOVIDADE, mas tive momentos bacanas, dentre os quais, ressalto: visitei, como de praxe, minha querida tia Neusa e minha sogra (ambas, várias vezes); assisti Karina Buhr (em janeiro) no teatro da UFPE com filhos e Eline; recebi visita de Sharlene (filha de minha AMIGA Fátima Moura); viajei (em grupo) para o Solo Sagrado de Guarapiranga/SP; ri das minhas desventuras e presepadas com minha amiguinha e colega de profissão Marclene.

            Na web, me restringi mais ao FB (igual ao resto do mundo) e fiz um monte de amivizinhos maravilhosos no GOT (joguinho que eu reputava besta e DETESTAVA), tendo sido muito bem acolhida em 3 grupos (Luluzinhas e Bolinhas do Gardens, Gardens of Time e Camélia); mantive contato com minha querida família matogrossense; curti, comentei e compartilhei o que achei interessante (sem a hipocrisia de querer ser simpática); sumi e apareci várias vezes!

            No geral, este balanço me apontou um saldo com muitas falhas (a maioria por comodismo), mas, nada alarmante, nada que minha força interior não possa reverter. Com os olhos de uma telespectadora, vejo que poderia ter feito de meu 2012, um ano bem melhor se eu tivesse, no mínimo, sido proativa e perseverante. 

               Espero daqui a um ano constatar um saldo positivo das minhas ações. Que venha 2013! 
                              

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

QUESTÃO DE COERÊNCIA



Você acredita que eu abdiquei de ter um diário em prol da coerência? Pois é. Desde o tempo em que lia Pato Donald e era fascinada pelo diário da Margarida, eu queria ter meu diário. E pra ter um diário, eu teria que registrar tudo. Ou não seria um diário. Seria uma farsa, qualquer coisa, menos diário.

Eu não queria isso. Na minha cabeça, ou eu fazia um diário registrando tudo, ou não teria diário. Mas seria um perigo compilar minhas inocentes revelações proibidas e alguém pegar. Enrubescia só em imaginar a cena. O que alguém poderia pensar se descobrisse que eu estava apaixonada com 12 anos de idade? E o pior! Eu nunca havia visto aquele menino antes e, com aquela idade, eu não estava nem louca de perguntar sobre ele a ninguém.


Foi em uma noite de junho. Percebi o garoto em um ensaio de quadrilha. Não era um ensaio qualquer. Era o ensaio da tradicional quadrilha dos casados. Era famosa essa quadrilha. Muita gente ia assistir, desde os ensaios. Os adultos lá de casa foram. Eu não tinha com quem ficar e me levaram. Ter que sair porque não havia com quem ficar? Fui. A contragosto, mas fui. Se naquele momento já existisse o ECA eu teria buscado meus direitos, tamanha a indignação!


Por outro lado, eu já fazia uso do "
Jogo do Contente" em situações desagradáveis. Ali, naquele meio de adultos dançando no compasso do forró, eu, totalmente fora do ritmo, procurei uma compensação. Achei! E foi bem no meio dos quadrilhantes. Um casal não havia comparecido. Um par adolescente substituía o casal faltoso, para que houvesse ensaio naquela noite. Ele era um rapazinho lindo! O primeiro menino do mundo inteiro que existiu no meu mundo. Parecia um anjo! Naquele momento, a zoada da zabumba se perdeu no som descompassado do meu coração.


Durante dias, meses, padeci uma dor própria de adultos. Não podia compartilhar sequer com minhas colegas. Nenhuma delas sinalizava que o mesmo palpitar estivesse lhe ocorrendo. Tive que me segurar. Não podia mais ter diário. Mas, valeu. Arraigou meu primeiro aprendizado sobre o significado de coerência.