domingo, 21 de setembro de 2014

Lembranças de um certo Dia da Árvore

Antes de mãinha ser diretora do Paes Barreto, onde se aposentou, ela foi responsável por outras escolas de porte menor. Lembro de um fato que ficou registrado na minha mente porque foi no ano que eu estudei na escola pública que funcionava na União dos Artífices Petrolinenses, fato este, ocorrido quando minha mãe era a diretora da escola.

Horrível aquele ano! Não porque estudei em escola pública. Já havia estudado antes e em condições piores porque: 1) eu era menor; 2) o turno era vespertino e 3) a escola ficava em Abreu e Lima. Tinha que almoçar bem cedo para pegar mais de um ônibus a partir do ponto que havia (ou há) no Parque 13 de Maio. Mais agravantes: Na sala não tinha carteiras individuais e isto significa que eu sentava junto de uns guris que exalavam um cheiro assim, do tipo que denuncia ausência de banho. E o pior, eu não podia correr daquele fedor porque Dona Valdete me achava sabidinha e me botava para auxiliar a lição daqueles colegas.

Apesar de toda essas “derrotas”, mil vezes pior foi ser aluna em escola pública que a mãe é diretora. Os colegas me olhavam atravessado, me escanteavam e desde então eu sei o que é ser vítima de inveja. Você não precisa fazer nada!

Naquele ano, mãinha esqueceu, por algum motivo de gente adulta, de providenciar a muda de árvore que seria plantada lá, nos Artífices, em homenagem ao dia da árvore.

Nós duas já estávamos de saída, eu com aquela fardinha horrorosa e ela toda arrumada, pisada firme, sorriso no rosto, como era seu costume. Foi quando ela lembrou que faltava algo. Voltou da porta correndo, quebrou um galho novo de goiabeira, enfiou num saco com terra e lá vamos nós.

Na hora da homenagem, eu na fila com meus colegas e ela, comandando. Fez a preleção sobre o dia da árvore e etc. e quando passou a plantar aquela falsa mudinha de goiabeira, eu fiquei "toda errada" porque vi uns meninos maiores e mais sabidos com gaiatice, mangando do gesto de minha mãe.

Bem, concluindo, e como eu disse, esse fato ficou registrado na minha mente, embora por muito tempo sem a devida análise. Apenas uma lembrança horrível: Dos meninos zombando de minha mãe. Mas depois de algum tempo, com a maturidade chegando foi que pude ver o lado bom da situação e admirar como a minha mãe era “desenrolada”.

Nenhum comentário: