sábado, 26 de setembro de 2009

DIA DO ANCIÃO


27 de setembro. A data foi instituída em 1999, pela Comissão de Educação do Senado, objetivando a reflexão sobre os direitos, dificuldades e respeito aos idosos brasileiros. O número de pessoas com 60 anos ou mais de idade no Brasil é bem elevado e há a previsão de que em 2050 um quinto da população do país será de idosos.


O dia do ancião é comemorado na primavera, estação das flores, o que é um bom motivo para reflexão sobre o desabrochar e o fenecer das flores... Uma rosa em botão cria a expectativa da beleza de suas pétalas coloridas, macias e perfumadas. Aberta, a rosa cumpre “sua missão”: nos alegra, nos conforta, enfim, faz-se presente nos acontecimentos importantes da nossa vida. Mas a vida da rosa é tão efêmera quanto a nossa vida, se nos deixarmos, apenas, inebriar pelo doce perfume da juventude sem cuidarmos de sua essência.


Ser ancião é atingir a fase da vida em que se somam o resultado da vivência (alegrias, tristezas, sucessos, fracassos, decepções, crenças, etc.) ao tempo de existir (idade), tendo-se por resultado o conjunto que determina sabedoria (amor, paciência, tolerância, justiça ... ), que é simbolicamente representada pelos cabelos brancos e as rugas que vão surgindo paulatinamente, até tornarem-se mais uma obra-de-arte do nosso Criador.


É evidente, que nem todos atingem essa fase, ou ainda, nem todos que atingem essa fase alcançam sabedoria. Nossa vida é amplamente regida por leis e é a nossa obstinada desobediência a essas leis que fazem a diferença em atingir ou não a maestria. Devemos, desde já, começar a trabalhar nosso corpo e nossa mente, pensando em como é feliz o ancião que pode responder, afirmativamente, à seguinte pergunta: Vivi minha juventude de acordo com as leis do Deus de meu coração?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

MEU CADERNO DE EFEMÉRIDES...


Estava eu de bobeira, pensando leseira, de repente ... lembrei-me do meu caderno de efemérides. Que fim teve meu lindo caderno de efemérides? Foi do tempo que Anete Rolim era minha professora de Didática. Era lindo, organizado, bem ilustrado e minha letra era impecável porque mãinha, que era educadora, me obrigou a usar aqueles caderninhos de caligrafia.

Pensando nele (no meu lindo caderno de efemérides) fui ver no google as datas comemorativas de setembro. Menino! São tantas que tive vontade de relacionar mas desisti. Tem até dia do amante! (22 de setembro, mesmo dia em que se comemora o dia do Contador, o dia da Banana, o dia da Juventude do Brasil e o dia do Técnico Agropecuário) Perguntei-me: dia do amante affair OU amante que ama em obediência aos Dez Mandamentos da Lei de Deus? (eu, hein?) Tive que matar a curiosidade e fui ver a resposta no link: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/setembro/dia-do-amante.php.

Com certeza, essa data não estava no meu caderninho. Qual a origem desse dia? Não achei. E o objetivo? Só pode ser para menosprezar as coitadas que pensam que seu amante é um infeliz sofredor nas mãos da megera, que ele retrata a esposa, mas de quem, nem de longe, cogita se separar. Sim, porque até para se comemorar o DIA DO AMANTE, deve ser uma lástima, assim como descrito por Luis Fernando Veríssimo in Comédias da Vida Privada.

Tirando essa aberração acima, setembro é mês de datas significativas como dia 18, dia dos Símbolos Nacionais. Só que, hoje em dia, os brasileirinhos não sabem o valor desses símbolos. Mas a culpa não é deles. Lembro-me que no colégio onde recebi minha base, às quintas-feiras, Ir. Margarida Falcão nos reunia, antes de seguirmos para nossas salas, para que pudéssemos ouvir e cantar o Hino Nacional. Era um momento solene no qual, até terminar a entoação, a gente não podia nem se coçar. Por isso é que não me acostumo em ver o povo conversando ou se mexendo enquanto o Hino Nacional é executado.

Dia 21 é dia da emancipação política de Petrolina. E é dia da árvore. Nas escolas costumava-se comemorar a data reunindo os alunos para assistirem a cerimonia de plantar uma árvore nesse dia. Uma vez, mãinha, que era diretora de uma escola pública, esqueceu-se de providenciar a muda para levar e, como aqui é feriado municipal, não havia onde comprar. Então, valendo-se do seu lado prático, quebrou um galho de uma das oito goiabeiras que existiam no quintal da casa de vovô e simulou que era uma muda. Depois substituiria, mas não deixaria a data passar em branco. Só que os meninos maiores notaram que não era muda e foi muita gozação. Eu tinha oito anos e era muito ingênua (hoje sou menos). Não havia percebido a armação e fiquei com ódio daquele menino que puxou a galhofa. Onde já se viu? Minha mãe tão boa, se sacrificando para plantar uma muda de árvore e eles, descaradamente, rindo dela...

Não sou muito chegada a datas. Até gostaria de ter entusiasmo para essas comemorações, mesmo sabendo que, muitas delas, são apenas apelos de consumo. Mas poderia até dar alguns segundos de minha vida para ver de novo meu lindo caderno de efemérides...


domingo, 13 de setembro de 2009

REFLEXÕES DE 1 MINUTO


Hoje ao meio-dia, parei no semáforo próximo a uma praça e, enquanto esperava o sinal verde, observei a quietude ao redor. Uma cena, que reputei linda, me sacudiu. Nada especial. Apenas o carinho que emanava dos gestos de um casal de rurícolas. Ela, uma senhora usando vestido vermelho, estava deitada no banco da praça com a cabeça no colo dele. Ele, um homem aparentando uns sessenta e tantos anos, trazia uma fisionomia serena enquanto acariciava os cabelos grisalhos dela. Pela bagagem, posta ao lado do banco, deduzi que eles estavam ali aguardando transporte. Poderiam estar ansiosos... tensos... mas, não. Estavam em paz, relaxados sob sol a pino e dando uma grande lição pra quem quisesse ver: ternura se transmite espontaneamente, independentemente de tempo e espaço específicos.


Com o sinal fechado fiquei divagando... Divagar é bom. Eu resolvo tudo em segundos. Viajo para lugares que tenho vontade de conhecer, converso com quem está longe e não me dá notícias, transformo ambientes de minha casa, deixo a área de serviço perfeita... reformo tudo ... menos minha vida. Acho-me expert em complicar minha vida. Seria tão simples dar um basta em tudo o que me acorrenta e, simplesmente, deitar num bancos desses na praça ... viver bem... O que me acorrenta? Por que me acorrenta? O que significa viver bem pra mim?


As perguntas se atropelam na minha mente, mas, agora, o sinal abriu. Olho novamente para o casal na praça e vejo o sinal verde para vida, ao som de Pet Shop Boys.


"Se a vida é (That's the way life is)


Come outside and see

a brand new day

The troubles in your mind

will blow away

It's easy to believe

they're here to stay

but you won't find them

standing in your way

Se a vida é I love you

Come outside and feel the morning sun

Se a vida é I love you

Life is much more simple when you're young

Come on, essa vida é

That's the way life is

That's the way life is..."