terça-feira, 30 de junho de 2009

O CRIME NÃO COMPENSA



A primeira vez que trabalhei em processo criminal foi muito divertida. Eu aceitei defender um inocente (todos são inocentes até que se prove o contrário) da acusação de furto qualificado de um bode. Isso mesmo. O povo daqui gosta muito de bode. Nós temos até um bodódromo, como ponto turistico, onde degustamos bode assado, bode cozido, linguiça de bode... tem até pizza de bode!


Pois é. Mas voltando a minha estréia, como defensora do suposto ladrão de bode, tive pena (mas não deixei de achar engraçado) do tanto de dinheiro que foi gasto para se livrarem da acusação. Eram dois acusados e o meu cliente era primário. A acusação dizia que os dois tinham ido a uma fazenda, por volta das quatro horas da matina e o protagonista, lá teria entrado para furtar o animal.


O meu cliente, coadjuvante, teria ajudado a transportar o bode de moto, (rsrs) até um ponto de transporte coletivo, onde os dois teriam embarcado, com o bode, em viagem para outro municipio. A negociação teria se realizado por R$ 100,00. Alguém no coletivo identificou o caprino pela marca e contou para o dono. O dono foi à delegacia, a ocorrência foi feita. O bode era de raça e foi avaliado em R$ 500,00. Os acusados pagaram fiança MAIS honorários advocatícios. Ao final, as qualificadoras cairam mas, ainda pagaram prestação pecuniária.


Se realmente aconteceu como na denúncia, imagino o prejuízo financeiro e o trabalhão que esses dois tiveram, viajando com o bode de moto, depois no transporte coletivo, negociando na feira... Será por causa disso que dizem que o crime não compensa???

Um comentário:

Eriberto Fernandes disse...

É por essas e outras que também acredito que o crime não compensa. Mas, neste caso, além de tudo, você nos enriqueceu com mais um "CAUSO" de nossa região.
Muito engraçado !!!