terça-feira, 30 de julho de 2013

A BAGAGEM

Já paguei micos (até gorilas), já me coloquei em sufocos, saias justas, etc. mas NUNCA havia passado por isto: 

Fui com marido visitar sogra em Recife, final de semana passado, e na nossa bagagem para três dias, ia uma caixa de isopor com surubim (peixe de rio, muito encontrado no Rio São Francisco). Ressalto que é muito raro o meu marido ter disposição para viajar levando peixe em isopor. Já eu, normalmente, mesmo para três dias, levo mala maiorzinha quase seca, prevenindo espaço pra meus descontroles. Desta vez levei apenas uma sacola samsonite tão pequena que só coube as roupas para três dias e as necessaires e sandálias foram na bagagem dele (achei legal: ele ofereceu, eu aceitei), isto porque eu não estava a fim de comprar nada mesmo, e também sabia que não iria sair "pra canto nenhum" mesmo.

Chegamos bem, sem contratempos e passamos o sábado em casa. Apenas estive rapidamente no shopping Recife (minha  intenção era ir à missa da Capela do Menino Jesus) e nesta ida ao shopping, comprei só umas coisinhas, tipo sandálias e sapatos,  agasalhos pra fazer caminhadas no Parque Josefa Coelho, umas roupinhas pra academia...

Como não fui à missa no sábado, domingo inventei de ir à missa da Igreja de Nossa Senhora de Boa Viagem (onde tem a feirinha), mas a de 16h já estava terminando e na de 18h, a Igreja ficou muito lotada e terminei ficando só na feirinha mesmo. Aí, não me restou alternativa: tive que aproveitar o tempo pra comprar só umas coisinhas.

Na segunda-feira, pela manhã, precisei ir em loja de tecidos e aviamentos comprar uma encomenda de minha costureira. Como adoro tecidos, fiz uma feirinha. A atendente me perguntou se eu era do ramo de roupas e achei estranha aquela pergunta. Pensei: Essa moça só pode ser "sem noção"! 

Almocei com Neusa Araujo e fui ao shopping Recife, desta feita apenas pela necessidade extrema de comprar a torta que meus filhos adoram, e sempre trago pra eles, da Donna Brigadeiro. Bem, mas já que estava lá, aproveitei pra ir na Saraiva, em lojas de perfumes importados, essas coisinhas... Cheguei em casa quase 17h e quando juntei tudo pra arrumar, não tinha como. Lembrei que tenho um amigo que é mágico, o Mágico Hione: Por que não fiz curso de mágica com ele? Pensar nisso naquele momento não era a solução. Foi quando, lembrei da CAIXA DE ISOPOR!!! Beleza! Pedi permissão a meu marido para acomodar os calçados. Ele disse: arrume e quando perguntarem no check in qual o conteúdo, vou dizer que é camarão. Sogra e cunhados juntos, todos riram.

Voltando pra Petrolina, o vôo estava atrasado. É normal. Anormal é chover em Petrolina e estava chovendo tanto que o piloto não tinha visibilidade para pousar. Foi anunciado que seria feita mais uma tentativa de pouso e, caso não fosse possível, voltaríamos pra Recife. Isso deixou os passageiros em clima de tormento interior, mas sem pânico aparente. Depois de quase meia hora, conseguimos pisar em solo petrolinense, molhado pela chuva que ainda caía. Meu marido ficou esperando a bagagem e eu fui ao encontro dos filhos. O relógio marcava 2h quando fomos dormir.

Agora pela manhã fui desarrumar a bagagem. Rasguei o lacre na caixa de isopor e, para meu desespero, o conteúdo não era o que eu acomodei e sim CAMARÃO. O sangue congelou ou ferveu, de súbito. Pensei alto que ligaria pra pedir explicações ao meu marido. Ele tinha que me dar conta dos calçados (lembra que ele já havia dito que responderia no check in que o conteúdo da caixa era camarão? Como ele teve coragem de fazer aquilo comigo?) Minha filha me acalmou perguntando se eu havia observado o nome do passageiro, no impresso da companhia de aviação colado na caixa. Realmente, as caixas haviam sido trocadas, mas, já foram destrocadas e tudo terminou bem na minha primeira (e que espero seja a última!!!) experiência com bagagem trocada.

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